12.6.08

mim cdf



Embora nunca tivessem sido meu forte, eu gostava das aulas de ciências na escola.
Eu insistia em discutir com a professora de biologia a superioridade dos animais irracionais (muito mais bem resolvidos biologicamente) sobre os humanos.
No laboratório de química do São Bento o professor, sabendo da má fama da sua aula, tentava nos divertir com as gotas do seu próprio sangue no microscópio. Salário bem pago, o daquele cara.
O laboratório era bacanérrimo, mobiliado com umas peças antigas e escuras, cheias de gavetinhas devidamente trancadas a cadeado, o que só aumentava nossa admiração por elas. E tinha aqueles monte de vidros escalonados, os tenebrosos fetos de várias idades conservados em formol, coisa de filme.
Na adolescência, o histórico do meu falecido tio junkie, que trazia uma cositas do laboratório onde trabalhava, para uso pessoal, me aproximou de outros objetivos mais obscuros – e não menos interessantes – da ciência.
Já as aulas de física eram chatas pra caralho mesmo e ai eu ia pro fundão ler a Bizz.
Mas bem cedo eu descobri que as ciências me faziam me sentir menos pior por ser só um ser-humano estúpido e não um bicho qualquer, selvagem, poderoso e que não precisava acordar cedo com o despertador.
Enfim,




Fomos outro dia na ESTAÇÂO CIÊNCIAS, com as crianças. Sugiro que quem não tem filhos ou irmãos pequenos, que descole uma companhia mirim pra acompanhar, porque é ótimo ver alguém brincando lá sem saber exatamente o que está fazendo, rindo do próprio reflexo destorcido na sessão de óptica, morrendo de medo no simulador de terremoto e tomando choque no aparelho de estática.
A outra opção é tomar alguma coisa, como fazia meu tio junkie. Mas ai tem que ir preparado pra dar vexame.

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